O mecanismo de corrosão conduzido pela formação de pilhas eletroquímicas

Um quadro geral da corrosão que tem como mecanismo o contacto elétrico entre dois metais de potenciais eletroquímicos diferentes imersos num mesmo eletrólito, metais de igual potencial imersos em eletrólitos diferentes ou ainda de metais diferentes em eletrólitos diferentes.

 

A corrosão galvânica é um processo eletroquímico em que um metal sofre corrosão preferencialmente em relação a outro quando os dois metais estão em contacto elétrico e imersos em um eletrólito. Esta mesma reação galvânica é explorada em baterias primárias (como as vulgarmente designadas pilhas) para gerar uma tensão. A corrosão galvânica e os seus processos são uma das formas mais comuns e frequentes de corrosão na natureza, bem como uma dos mais destrutivas.

 

A tabela abaixo mostra os graus de corrosão por contacto para diferentes materiais. Onde a corrosão por contacto não puder ser evitada, ela deve ser minimizada através de materiais de vedação isolantes, tintas anticorrosão ou outros químicos não ácidos.

 

Clicar na tabela para aumentar.
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Mais informação sobre corrosão galvânica aqui: Instituto de Metais Não Ferrosos

Ficha técnica de obra:

Designação: Reabilitação de cobertura e fachadas rebocadas

Projetista: Houselab

Construtora: Fielnorte

Fiscalização: Houselab

Descrição breve da intervenção: Substituição de sistema de impermeabilização em cobertura plana, aplicação de capeamentos metálicos, reparação de fissuras e estabilização de panos de fachada, aplicação de reboco delgado armado em fachadas rebocadas.

Avenida Penafiel 1 Avenida Penafiel 2 Avenida Penafiel 3

As movimentações térmicas de um material estão relacionadas com as propriedades físicas do mesmo e com a intensidade da variação da temperatura, a magnitude das tensões desenvolvidas é função da intensidade da movimentação, do grau de restrição imposto pelos vínculos a esta movimentação e das propriedades elásticas do material.

As fendas de origem térmica podem também surgir por movimentações diferenciadas entre componentes de um elemento, entre elementos de um sistema e entre regiões distintas de um mesmo material. As principais movimentações diferenciadas ocorrem em função de:

  • junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeito às mesmas variações de temperatura (por exemplo, movimentações diferenciadas entre argamassa de assentamento e componentes de alvenaria);
  • exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais (por exemplo, cobertura em relação às paredes de uma edificação);
  • gradiente de temperatura ao longo de um mesmo componente (por exemplo, gradiente entre a face exposta e a face protegida de uma laje de cobertura).

No caso das movimentações térmicas diferenciadas é importante considerar-se não só a amplitude da movimentação, como também a rapidez com que esta ocorre. Se ela for gradual e lenta muitas vezes um material que apresenta menor resposta ou que é menos solicitado às variações da temperatura pode absorver movimentações mais intensas do que um material ou componente a ele justaposto, o mesmo pode não ocorrer se a movimentação for brusca.

Por outro lado, alguns materiais também podem sofrer fadiga pela ação de ciclos alternados de carregamento – descarregamento ou por solicitações alternadas de tração – compressão.

Todos os materiais empregados nas construções estão sujeitos a dilatações com a subida de temperatura, e as contrações com a sua descida. A intensidade desta variação dimensional, para uma dada variação de temperatura, varia de material para material. Para quantificar as movimentações sofridas por um componente, além das suas propriedades físicas, deve conhecer-se o ciclo de temperatura a que está sujeito e determinar também a velocidade de ocorrência das mudanças térmicas, como no caso de alguns selantes que possuem pouca capacidade de acomodação de movimentos bruscos.

Considerando-se o caso mais comum das edificações residenciais, a principal fonte de calor que atua sobre os seus componentes é o sol. A amplitude e a taxa de variação da temperatura de um componente exposto à radiação solar irá depender da atuação combinada dos seguintes fatores:

  1. intensidade da radiação solar (direta e difusa);
  2. absorvência da superfície do componente à radiação solar;
  3. emitância da superfície do componente;
  4. condutividade térmica superficial;
  5. diversas outras propriedades térmicas dos materiais de construção.

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Movimentação térmica em lajes de cobertura sobre paredes autoportantes

Em geral, as coberturas planas estão mais expostas às mudanças térmicas naturais do que os paramentos verticais das edificações, ocorrem, portanto, movimentos diferenciados entre os elementos horizontais e verticais.

Além disso, podem ser mais intensificados pelas diferenças nos coeficientes de expansão térmica dos materiais construtivos desses componentes. Segundo alguns autores, o coeficiente de dilatação térmica linear do betão é aproximadamente duas vezes maior que o das alvenarias de uso corrente, considerando-se aí a influência das juntas de argamassa.

Deve-se considerar também que ocorrem diferenças significativas de movimentação entre as superfícies superiores e inferiores das lajes de cobertura, sendo que normalmente as superfícies superiores são solicitadas por movimentações mais bruscas e de maior intensidade.

Por estas razões, e devido ao fato de as lajes de cobertura normalmente encontrarem-se vinculadas às paredes de sustentação, surgem tensões tanto no corpo das paredes, quanto nas lajes.

Teoricamente, as tensões de origem térmica são nulas nos pontos centrais das lajes, crescendo proporcionalmente em direção aos bordos onde atingem seu ponto máximo.

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Propagação das tensões numa laje de cobertura com bordos vinculados devido a efeitos térmicos

A dilatação plana das lajes e o encurvamento provocado pelo gradiente de temperatura introduzem tensões de tração e de corte nas paredes das edificações. As fendas desenvolvem-se quase exclusivamente nas paredes, apresentando tipicamente as seguintes configurações.

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Movimentações que ocorrem numa laje de cobertura , sob ação da subida da temperatura

 

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Fenda típica presente no topo da parede paralela ao comprimento da laje, a direção das fissuras são perpendiculares às resultantes de tração(δt), indica o sentido da movimentação térmica (no caso, da esquerda para direita)

A presença de aberturas nas paredes propiciará o aparecimento de regiões naturalmente enfraquecidas (ao nível do peitoril e ao nível do topo de caixilhos), desenvolvendo–se as fissuras preferencialmente nessas regiões. Assim, em função das dimensões da laje, da natureza dos materiais que constituem as paredes, do grau de aderência entre paredes e laje e da eventual presença de aberturas, poderão desenvolver-se fendas inclinadas próximos do topo das paredes.

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Fissura causada pela expansão térmica da laje de cobertura

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Fissura causada pela expansão térmica da laje de cobertura

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Fissura causada pela retração térmica da laje de cobertura

Alguns exemplos de casos reais

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Iniciado há 22 anos em Londres o Open House é uma iniciativa que procura dar a conhecer a um público alargado uma diversidade grande de edifícios e infra-estruturas que pelo seu valor arquitetónico, pela sua função específica ou localização privilegiada, merecem toda a atenção. Sobre estes objetos arquitetónicos o Open House favorece uma abordagem única (e gratuita!) de visita revelando espaços quotidianamente inacessíveis ao público, proporcionando a construção de novas formas e ver e pensar a cidade.

Abrangendo três cidades – Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia – O Open House oferece uma lista de cerca de 40 edifícios, cujas visitas contarão sempre que possível com os autores dos respetivos projetos ou de outros convidados familiarizados com a obra. Incluindo projetos de Álvaro Siza, Souto de Moura ou Rem Koolhaas, o Open House é também a oportunidade para dar a conhecer edifícios menos mediatizados mas não menos interessantes.

Da casa privada ao equipamento público, o Open House estimula um enquadramento histórico da cidade procurando no passado lições de transformação e adaptabilidade às exigências do presente. Edifícios históricos, recuperações, remodelações ou edifícios de raiz estiveram na base dos critérios de seleção mas também infraestruturas, como a refinaria de Matosinhos que, não sendo projetada por arquitetos, não deixa de oferecer pensar sobre a energia que faz mover as cidades.

Mais informações aqui: Open House Porto

Os ensaios de corrosão têm como objectivo avaliar o comportamento dos materiais à corrosão.

Esta avaliação pode ser realizada recorrendo a ensaios electroquímicos ou a ensaios de exposição de longa duração a ambientes simulados.

Ensaios aplicáveis

  • Análises de falha de corrosão
  • Corrosão microbiológica
  • Monitorização da corrosão
  • Protecção catódica
  • Selecção de materiais
  • Corrosão sob tensão
  • Avaliação de formação de fases intermetálicas em aços duplex
  • Investigação de mecanismos de degradação por corrosão
  • Fragilização por hidrogénio
  • Influência da soldadura no desempenho à corrosão

Ensaio de carbonatação do betão

Ensaios climáticos

Estes ensaios são utilizados para avaliar a resistência à corrosão de materiais com ou sem revestimento, quando expostos a meios específicos.

  • Ensaios de nevoeiro salino neutro, acético e com adição de cobre
  • Ensaios de humidade
  • Ensaio de SO2 (Ensaio de Kesternich)
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Ensaio de Kesternich

Ensaios electroquímicos

Os ensaios electroquímicos convencionais são amplamente utilizados para avaliar os materiais quando à sua resistência à corrosão, nomeadamente:

  • Corrosão intersticial
  • Técnicas DC (polarização linear) e AC para caracterização electroquímica (impedância electroquímica)
  • Temperatura crítica de picada (CTP) e intersticial (CCT)
Ensaios sob a influência de cargas

A avaliação do desempenho dos materiais à corrosão pode ser realizada sob acção de carga, dinâmica ou estática.

A introdução deste factor no ensaio de corrosão tem como objectivo simular as condições de serviço a que os materiais estão sujeitos.

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Hipólito de Sousa, Professor Associado do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e coordenador do grupo de investigação Gequaltec/Construct, é responsável pela edição e autoria de alguns dos capítulos de uma recente publicação internacional na área da engenharia civil, especificamente para a temática das fissuras de edifícios.

“Defects in Masonry Walls. Guidance on Cracking: Identification, Prevention and Repair” é o título da publicação que vem reforçar a importância de se assegurar um comportamento em serviço adequado para as paredes de alvenaria, no sentido de identificar e evitar os diferentes tipos de fissuração. Ao longo do livro são abordadas algumas estratégias e recomendações de reparação das fissuras, diversas medidas para evitar este tipo de patologia e ainda identificar algumas necessidades de investigação futura, de forma a melhorar as recomendações existentes.

Desenvolvida no âmbito das atividades do ‘International council for research and innovation in building and construction’ (CIB), especificamente pela comissão CIB W023 – “Wall Structures”, a publicação foi editada por este mesmo organismo e conta com a participação, além da FEUP, de especialistas de vários países do mundo na área das paredes de alvenaria. O CIB é um organismo mundial de referência na área da investigação e inovação no domínio dos edifícios e a FEUP é a única entidade institucional portuguesa membro, representada por vários docentes do Departamento de Engenharia Civil, nomeadamente o Docente Vitor Abrantes (atualmente membro conselheiro do CIB commission board).

O livro é gratuito e pode ser livremente descarregado em formato eletrónico na página da comissão W023 do CIB, no FEUPLoad e, brevemente, na livraria online ICONDA®CIB.

Encontra-se em consulta pública a proposta de Estratégia Nacional para a Habitação, da responsabilidade do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU, IP). No comunicado pode ler-se:

Trata-se de uma proposta que aborda um diversificado conjunto de matérias relacionadas com a habitação, nomeadamente reabilitação urbana, arrendamento habitacional e qualificação dos alojamentos, que constituem os três pilares da estratégia e que se desdobram em 8 desafios e em 34 medidas e iniciativas.

Para mais informação sobre o processo de consulta pública clique aqui.

Como Identificar?

Tentar-se-á listar abaixo os defeitos mais comuns em pisos e revestimentos cerâmicos, sejam eles naturais ou esmaltados, os quais, quando detectados, devem ser rejeitados e/ou substituídos por produtos de qualidade antes de sua especificação ou compra, para evitar-se prejuízos de até 5 vezes o valor do produto, levando-se em conta o consumo de argamassas de colagem, betumação de juntas, produtos de limpeza, impermeabilizantes e mão-de-obra, sem considerar-se a sua durabilidade, o que poderá elevar ainda mais os prejuízos:

“Coração Negro”

Manchas escuras ou esbranquiçadas no interior (secção) da massa dos ladrilhos cerâmicos mal queimados, resultantes de reduzidos e/ou inadequados ciclos de queima e de compactação. São manchas formadas por gases e materiais orgânicos que não exalaram durante o reduzido ciclo de queima (baixa temperatura e tempo reduzido de queima). Produtos com “coração negro” podem inchar, descolar, folhear, gretar, trincar, formar bolhas, erupções e provocar manchas e descolorações nos seus espelhos (superfícies visíveis).

Como identificar?

Quebre um ou mais ladrilhos cerâmicos em diversas partes e verifique se há presença de manchas ou sombreamento nas secções de corte.

Elevada Absorção de Humidade

Produtos cerâmicos mal queimados e de granulometria de massa inadequada (grão com dimensões acima dos padrões) apresentam elevados índices de absorção de água (acima de 10%), cores de tonalidades pardas do tipo “tijolo crú”. Argilas inferiores, de características físico-químicas inferiores podem apresentar baixíssima resistência à flexão e ao desgaste, elevada absorção e dilatação, descolamento e destorroamento sob a ação de intempéres e maresias.

Como identificar:

Passe a ponta do dedo humedecido com saliva e deslize suavemente sobre a base do ladrilho cerâmico. Se o dedo “travar” e a mancha de humidade desaparecer ou for rapidamente absorvida, a absorção de humidade do elemento é provavelmente superior a 10% (até 20 %) e possivelmente a dilatação será superior a 0,6 mm/m (algumas até 3 mm/m).
Em produtos esmaltados, deposite um pouco de água no centro da base, aguarde alguns minutos, verifique se houve absorção muito rápida, vire a peça e observe se há manchas de humidade no centro do esmalte (de cores claras). Neste caso, além do excesso de absorção, pode observar-se se o esmalte é de boa ou má qualidade, se sua espessura é ou não apropriada.
Atenção: Estes critérios de avaliação somente são aplicáveis em produtos de características “grés” ou “semi-grés”, prensados (compactados) ou extrudidos. Estes critérios de identificação não servem para azulejos de massa mono-porosa, cuja absorção é de aprox. 18%, próprio do tipo de massa, de excelente ancoragem e “cristalização/fixação” da argamassa de colagem com a base de azulejo.

Elevada dilatação

Produtos cerâmicos mal queimados, de granulometria e compactação inadequadas, normalmente apresentam dilatação acima de 0,6 mm/m, alguns chegando a até 3 mm / m, além de baixíssima resistência à flexão, ao desgaste e durabilidade, podendo desprenderem-se (descolarem-se), gretarem, trincarem, mancharem, destorroarem-se (desintegrarem-se), etc..

Como identificar:

Proceda na prática do mesmo modo que no caso de produtos com elevada absorção (> 10 %). Em testes laboratoriais, também denominados de expansão por humidade ou expansão por hidratação, o índice de dilatação é realizado através de estiramento de peças cerâmicas humedecidas, de dimensão padrão, com medidas aferidas por micrómetro ou paquímetro.

A Habitação e Reabilitação Urbana serão os principais temas em debate na 1.ª Conferência Nacional da Habitação, que se realiza no próximo dia 8 de maio, no auditório principal do LNEC, em Lisboa.

Nesta conferência, organizada pela Agência Independente da Habitação e da Cidade, com o apoio do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, IP, do Montepio e do LNEC, serão debatidos os seguintes temas:

  • Início do debate público sobre a Estratégia Nacional para a Habitação, a realizar pelo Sr. Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto;
  • Debate “Por um Novo Código das Edificações”, que contará com a presença de reputados especialistas na matéria;
  • e ainda a “Experiência da Habitação na Cidade de Toronto”, que contará com a intervenção da respetiva Vereadora da Habitação Dra. Ana Bailão, que nos dará a conhecer a realidade naquele município, no domínio da Habitação Social, e que se prende, entre outras matérias, com o direcionamento dos investimentos federais na nova locação e propriedade da habitação a preços acessíveis em parceria com empreendedores privados e sem fins lucrativos.

As inscrições são gratuitas e sujeitas a confirmação, devido à capacidade da sala.

Os interessados deverão efetuar a inscrição até ao próximo dia 6 de maio, através do endereço eletrónico aihc.instituto.territorio@gmail.com.

A avaliação da porosidade com tubo de Karsten é uma técnica de ensaio expedita, destinada a avaliar a porosidade superficial de um material de revestimento ou outro. Utiliza-se um tubo de vidro ou plástico, designado por tubo de Karsten.
A superfície do bordo do tubo que irá ficar em contacto com a parede é coberta com mástique e pressionada contra a superfície. Após o endurecimento do mástique, o tubo é cheio de água até ao seu nível máximo. O abaixamento do nível da água é medido aos 5, 10 e 15 minutos.

Referência: Meting van de Waterabsorptie door de Pijpmetode – K. U. Leuven, Civil Engineering Department publication